19 de julho de 2010

Obrigado!

Chegados ao fim do projecto, consideramos que esta foi, sem dúvida, uma experiência enriquecedora que em muito contribuiu para o desenvolvimento das nossas capacidades intelectuais e cognitivas, bem como das competências essenciais enquanto seres humanos, por ter promovido momentos de reflexão profundos sobre esta temática.
Podemos, em síntese, afirmar que o serviço dos Cuidados Paliativos é um refúgio e uma mais valia para todos aqueles que necessitam de ajuda.
Ver o nosso projecto finalizado, dá-nos uma enorme satisfação devido ao tempo e esforço empreendidos nele.
Muito obrigado a todos!

20 de maio de 2010

Situação em Portugal

Em Portugal, a introdução dos Cuidados Paliativos é bastante mais tardia, que no resto da Europa e, pouco se encontra escrito sobre a História dos Cuidados Paliativos em Portugal.


As primeiras iniciativas surgiram apenas durante a década de noventa, do século XX.

  • Em 1992 prestou-se o primeiro serviço de Cuidados Paliativos, na Unidade de Tratamento da Dor Crónica do Hospital do Fundão (Centro Hospitalar Cova da Beira)

  • Surgiram serviços destinados a doentes oncológicos nos Institutos do Cancro do Porto e de Coimbra

  • A primeira unidade de Cuidados Paliativos surgiu em 17 de Outubro de 1994, no Centro do Porto do Instituto Português de Oncologia (IPO)

  • Foi fundada a Associação Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP)

  • Em 25 de Maio de 1996 inauguraram-se as instalações definitivas da de Cuidados Paliativos do Centro do Porto do IPO, ocupando o espaço construído pela Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Norte

  • Ainda em 1996, a primeira equipa domiciliária de Cuidados Continuados do Centro de Saúde de Odivelas iniciou a sua actividade

  • Em Dezembro 1996, existiam duas equipas dos Centros de Saúde de Odivelas e da Reboleira a exercer a prática de Cuidados Paliativos

  • Em 2004 foi redigido um Programa Nacional de Cuidados Paliativos

  • Em Outubro de 2005, contavam-se sete unidades a prestar Cuidados Paliativos em Portugal: a Unidade de Cuidados Continuados do IPO do Porto, o Serviço de Medicina Paliativa do Hospital do Fundão, o Serviço de Medicina Interna e Cuidados Paliativos do IPO de Coimbra, a Equipa de Cuidados Continuados do Centro de Saúde de Odivelas, a Santa Casa da Misericórdia da Amadora, a Santa Casa da Misericórdia de Azeitão e a equipa de suporte em Cuidados Paliativos do Hospital de S. João do Porto

  • Em 2006 foi criada a Rede Nacional de Cuidados Continuados e Integrados (RNCCI)

  • Até ao ano de 2008 existiam dezoito equipas em funcionamento de Cuidados Paliativos

  • Em 2008, existiam em Portugal, cerca de oitenta camas de Cuidados Paliativos para uma população de 10 milhões de habitantes

  • Actualmente, já existem mais duas equipas de Cuidados Paliativos: a Equipa de Suporte em Cuidados Paliativos da Unidade Local de Saúde Matosinhos e a Equipa de Suporte Intra-Hospitalar de Cuidados Paliativos do HESE, Évora.

Os primeiros "Hospices"

O primeiro “hospice” fundado especificamente para os moribundos foi provavelmente o de Lyon (França), em 1842.
Na Grã-Bretanha surgiu em 1905, o St. Joseph Hospice em Hackney, fundado pelas Irmãs Irlandesas da Caridade. A sua fundadora, Madre Mary Akenhead, também já tinha fundado em Dublin, em 1846, uma casa para alojar pacientes em fase terminal (Our Lady’s Hospice). Durante este mesmo período, foram abertos em Londres outros “hospices”, entre eles: St. Columba (1885) e St. Lukes (1893).
Em 1967, a enfermeira inglesa Cicely Saunders, inconformada com o sofrimento físico, psicológico, espiritual, familiar, social e económico destas pessoas, encarregou-se de cuidar dos mesmos, aliviando os seus sofrimentos, e fundou o St. Christopher Hospice, em Londres, que teve como primeira prioridade o controlo da dor e do sofrimento. A determinação e o esforço de Cicely foram aclamados, ao conseguir aliviar o sofrimento e dignificar o final de vida de seus doentes.

Cicely Saunders

St. Christopher Hospice, Londres


Alguns anos depois, com a epidemia do HIV, os desenvolvimentos técnicos no combate a doenças degenerativas, assim como às dores e sintomas destas patologias, outros “hospices” e serviços de atendimento domiciliar foram fundados.
A partir da década de 1970, os serviços de Cuidados Paliativos foram implementados em diversos países, como Canadá, França, Argentina, Itália, Austrália, Brasil, entre outros.

Os Cuidados Paliativos surgiram tanto como resultante de transformações sociais das relações com a morte e o morrer, como de transformações internas no meio médico. Surgiu, assim, um novo modelo de assistência que se baseia numa produção colectiva, fortemente vinculada às condições históricas, institucionais e ideológicas vigentes nos séculos XIX e XX.
Desde 1967 até aos nossos dias, a quantidade de unidades em todo o Mundo tem crescido significativamente:

  • 1967 - 10/12 unidades em Inglaterra;
  • 1987 - 1.500 a 2.000 unidades;
  • 1993 - cerca de 3.000 unidades;
  • 1996 - cerca de 3.500 a 4.000 unidades e equipas no Mundo.

Actualmente o cenário dos Cuidados Paliativos desenvolve-se em:

  • Unidades de Cuidados Paliativos;
  • Serviços Hospitalares;
  • Serviços Domiciliários;
  • Equipas de apoio aos Hospitais gerais.

Hoje existem 470 hospices na Inglaterra. Nos Estados Unidos, o número ultrapassa os 5.000. Na Europa, Canadá, Austrália e Japão, estão em contínua expansão.

A História dos Cuidados Paliativos




Sempre existiu uma tradição de assistência aos doentes moribundos, com raízes muito antigas, tal como se pode verificar em documentos e textos publicados no passado.

Já na Idade Média e, com as peregrinações dos cristãos aos lugares sagrados, as pessoas deslocavam-se longas distâncias, sentindo-se cansadas, adoecendo, passando fome, sendo maltratadas e assaltadas. Eram então recolhidos numas casas denominadas hospices (que significa abrigo, refúgio, protecção), fundadas e dirigidas por religiosos cristãos no século IV. Aí os viajantes ficavam o tempo suficiente para recuperar e, só então, reiniciavam a caminhada.


Até o século XVIII, o hospital era uma instituição de assistência aos pobres, administrada por religiosos, mas com poucas semelhanças com a actual medicina hospitalar. Com a introdução de mecanismos disciplinares e de procedimentos de acção nestes espaços, foi possível torná-los instrumentos e meios terapêuticos para os doentes.


Já no século XX, particularmente após a Segunda Guerra Mundial, houve um grande avanço científico nos campos médico-cirúrgico, farmacêutico e na tecnologia de diagnóstico e apoio, ao qual se aliou, o exercer medicina progressivamente de forma mais impessoal.


O esforço para prolongar a vida por meios artificiais tornou-se uma obsessão científica, e a mente e espírito do ser humano foi ignorada, dando-se maior importância ao corpo. Na avaliação dos resultados terapêuticos de doenças crónicas e fatais, passou-se a valorizar o ‘sobreviver’ mais do que o ‘viver’, isto é, a qualidade de vida.

25 de abril de 2010

Quando e durante quanto tempo os doentes podem beneficiar de cuidados paliativos?

Os cuidados paliativos dirigem-se prioritariamente à fase final de vida, mas não se destinam, apenas, aos doentes agónicos. Muitos doentes necessitam de ser acompanhados durante semanas, meses ou, excepcionalmente, antes da morte.

Como são prestados os cuidados paliativos?

Quando a medicina curativa não tem mais respostas, os cuidados paliativos garantem que a qualidade de vida não termina com a doença.
As unidades de cuidados paliativos podem prestar cuidados em regime de internamento ou domiciliário e abrangem um leque variado de situações, idades e doenças. Os cuidados paliativos proporcionam aos doentes que vão morrer a possibilidade de receberem cuidados num ambiente apropriado, que promova a protecção da dignidade do doente incurável na fase final da vida.
Na base destes cuidados estão certos principios a respeitar, entre eles estão:
  • “ Afirma a vida e encara a morte como um processo natural”
  • “Considera que o doente vale por quem é e que vale até ao fim”
  • “Considera que a fase final da vida pode encerrar momentos de reconciliação e de crescimento pessoal”
  • “Centra-se no bem-estar do doente, ajudando-o a viver tão intensamente quanto possível até ao fim”
  • “Só é prestada quando o doente e a família aceitam”

A prestação dos Cuidados Paliativos difere de país para país, tendo cada um a sua própria forma. Entre eles encontram-se o modelo inglês, o canadiano e o norte-americano.

O que é a acção Paliativa?

É preciso não confundir acção paliativa com cuidados paliativos.
A acção paliativa é qualquer medida terapêutica, sem intuito curativo, que visa minorar, em internamento ou no domicílio, as repercussões negativas da doença sobre o bem-estar geral do doente. As acções paliativas fazem parte integrante da prática profissional, qualquer que seja a doença ou fase de evolução. Estas acções podem ser prestadas nos hospitais, centros de saúde e na rede de cuidados continuados, nomeadamente em situações de condição irreversível ou de doença crónica progressiva.
A acção paliativa apresenta dois níveis distintos:
->Representa o nível básico da paliação e corresponde à prestação de acções paliativas sem o recurso a equipas ou estruturas diferenciadas.
-> Pode e deve ser prestada quer em regime hospitalar, quer em regime domiciliário, no âmbito da rede hospitalar, da rede de Centros de Saúde ou da rede de Cuidados Continuados.

O que são Cuidados Paliativos?

Em 1990, a Organização Mundial de Saúde lançou a primeira definição de Cuidados Paliativos, e colocou na ordem do dia a necessidade de implementação destes cuidados. Segundo a OMS estes procuram o alívio do sofrimento e a melhoria da qualidade de vida, tanto para o doente em fim de vida como para os seus familiares, não apenas nos últimos momentos de vida.
Na vida, tudo caminha irremediavelmente para um final. Quando a medicina e a ciência perdem a sua capacidade curativa, a esperança pode ser-nos roubada e no faz mergulhar numa atitude derrotista. Só que aceitar a morte não implica desistir da vida. O sofrimento físico e emocional associado a uma doença incurável não tem que ser uma sentença para o bem-estar. Neste contexto emerge a medicina paliativa, vocacionada não para atacar a doença, mas para minorar o sofrimento que se abate sobre o doente e a sua família sendo o objectivo o alívio da dor, tanto física como emocional, o apoio à família e o apoio durante o luto, o que implica o envolvimento de uma equipa inter-disciplinar de estruturas diferenciadas. Os cuidados paliativos constituem hoje uma resposta indispensável aos problemas do final da vida. Em nome da ética, da dignidade e do bem-estar de cada Homem é preciso torná-los cada vez mais uma realidade.

13 de abril de 2010

Saber mais sobre Cuidados Paliativos...

Com o início do 3.º Período lectivo, achámos importante divulgar e partilhar com os nossos leitores, toda a informação que fomos adquirindo ao longo da realização do capítulo teórico referente a este projecto.

Assim, iremos clarificar os conceitos de "Cuidados Paliativos" e "Acção Paliativa", apresentar os pressupostos para a implementação dos Cuidados Paliativos e o seu desnvolvimento. Daremos, também, a conhecer as doenças que requerem Cuidados Paliativos, os destinatários e como e durante quanto tempo podem beneficiar deste tipo de serviços.

Esperamos que a informação divulgada seja útil e de agrado dos leitores, que nos acompanham!

19 de março de 2010

Palestra "Cuidados Paliativos - O princípio do fim"

Mais um objectivo cumprido... e muito bem conseguido! Estamos de parabéns, pois todo o nosso trabalho, realizado ao longo deste 2.º Período, foi compensado por um magnífico acontecimento, nomeadamente a Palesta subjacente ao tema "Cuidados Paliativos - O princípio do fim", que teve lugar no Auditório da Biblioteca Municipal de Tomar no dia 10 de Março de 2010.

A Delegada de Saúde, Dr.ª Maria dos Anjos Esperança, deu início à Palestra com a sessão de abertura, seguindo-se, então, os oradores convidados: Dr.ª Manuela Furtado, Directora da Unidados de Cuidados Paliativos do Hospital de Tomar, com o tema "A Filosofia dos Cuidados Paliativos"; Dr. Hélder Lopes, Psicólogo da Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital de Tomar, com uma reflexão psicanalítica "O Tempo Não Tem Que Ter Tempo"; Voluntária Maria Lebre, transmitindo um testemunho sobre "Uma Experiência de Voluntariado"; finalmente, a Enfermeira Ana Guedes, da Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital da Luz, em Lisboa, com a temática "O Princípio de Um Direito".
A sessão de encerramento esteve a cargo do Subdirector da ESJR, Dr. Carlos Ribeiro.

O balanço final foi bastante positivo, com a presença de vários espectadores, o prestígio dos oradores e a boa organização.

Um bem haja para todos aqueles, que tornaram possível a realização deste projecto!

7 de março de 2010

Palestra sobre Cuidados Paliativos

Aproveitamos para divulgar a tão esperada e trabalhosa Palestra sobre Cuidados Paliativos, organizada por nós, que decorrerá no dia 10 de Março de 2010, Quarta-feira, no auditório da Biblioteca Municipal de Tomar.
Serão oradores: Dr.ª Manuela Furtado, Directora da Unidade dos Cuidados Paliativos do Hospital de Tomar; Dr. Hélder Ramos, Psicólogo da Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital de Tomar; Sr.ª Dona Maria Lebre, Voluntária na Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital de Tomar e Enfermeira Ana Guedes, da Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital da Luz, em Lisboa.
A entrada é gratuita e aberta ao público.

Esperamos por si!

2 de fevereiro de 2010

Trabalho

Continuamos com o nosso trabalho.
Estamos a preparar as coisas para a Palestra que se vai realizar no dia 10 de Março, no Auditório da Biblioteca Municipal, ao mesmo tempo que passamos as entrevistas realizadas em suporte escrito.
Desde já, convidamos todos os interessados a assitir à Palestra, pelas 10h. Contamos consigo!

16 de janeiro de 2010

O dia das entrevistas

Finalmente no dia 16 de Dezembro de 2009 conseguimos entrevistar a Drª Manuela Furtado no Hospital Nossa Senhora da Graça em Tomar. Nesse dia enquanto esperávamos tivemos também a experiência de passar um bocado do nosso tempo com alguns dos utentes dessa Unidade. No passado dia 8 de Janeiro após uma viagem de comboio até Lisboa, entrevistámos também a Enfª Maria Del Carmen Aparício no Hospital da Luz. Desde já agradecemos a enorme ajuda de todas as pessoas que estiveram envolvidas nas entrevistas. Obrigado.
 
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